Depois de atrasar um pouco, finalmente pude trazer a tão pedida matéria de Retrospectiva da Weekly Shonen Jump 2014, nesta matéria iremos relembrar e analisar vários acontecimentos que agitaram a maior revista de mangás do Japão no ano 2014. Alguns fatos podem ficar esquecidos, por isso será muito legal se vocês relembrar-los na área de comentários. A matéria é muito grande, pois tentei trazer da forma mais completa possível o ano da revista, por isso pegue não sinta medo de ler-la, dar uma pequena pausa, fazer outras coisas e depois retornar a ler-la. Sem mais delongas, vamos a matéria:
Após um ano de 2013 bem amargo, onde as séries que mais fizeram sucesso foram: World Trigger, Isobe Isobee Monogatari, Soul Catcher (S), o animo dos leitores da Jump em relação as novas séries estava bem baixo, a verdade é que ninguém acreditava no potencial das novas séries, pois achavam que a revista estava muito fechada para os novatos, assim, nenhum conquistando votos.
Foi com esse ânimo baixíssimo que tivemos a primeira edição com uma nova série, Iron Knight, mais um fruto da “Gold Future Cup”, neste caso, Iron Knight foi o terceiro colocado da competição, atrás de Koi no Cupid e Hime Doll, duas séries lançadas em 2013 que fracassaram. O mangá prometeu trazer um contéudo mais dark a revista. Porém, para piorar o animo dos leitores, Iron Knight foi abaixo do esperado e não teve muito futuro, sendo cancelado com apenas 18 capítulos.
Na segunda edição do ano tivemos o aniversário de dez anos da série Gintama, um ano que em grande parte foi muito difícil para a série. Os japoneses não viam mais motivo de votar no mangá e achavam que os capítulos presentes no mangás eram extremamente “desinteressantes”, a situação só foi melhorar no final do ano, mas no começo, Gintama passava por grande sufoco.
Quem estava acompanhando Gintama nesta crise de público era Bleach e Beelzebub, no ano anterior, em 2013, já tivemos o fatídico fim (natural) de Sket Dance, que era o quarto companheiro esse quarteto que ficou famoso por estarem todos eles, no fundo da tabela unidos. Esse ano, o mais provável a ser terminado era Beelzebub que vendia muito mal, cerca de 120 mil cópias por volume e já não conseguia conquistar boas posições na classificação.
O mal rendimento de Iron Knight serviu como esperança para os fãs de Beelzebub, que não acreditavam na possibilidade da Shonen Jump cancelar um mangá tão renomado. Ao mesmo tempo que Beelzebub passava por sérios apuros, Nisekoi estava se aproximando do seu momento de brilhar, no começo de Janeiro teve seu anime, produzido pela Shaft, lançado e recebeu críticas mistas, muitos não gostaram da animação, já outros gostaram. Para ajudar na publicidade, a Shonen Jump fez questão de dar um capítulo totalmente colorido ao mangá. De qualquer modo Nisekoi conseguiu aumentar bastante sua popularidade com o Anime, mesmo que não teve um boost grandes nas vendas. Mas a grande estréia em anime da Shonen Jump ainda estava a vir, era em Abril o anime de “Haikyuu!!”.
A luta pela sobrevivência de Beelzebub continuava, muitos tentam acreditar que somente estrearia duas séries, cancelando Hachi e Koi no Cupid – Outros acreditavam que ia estrar 3 séries, mas a Jump prefereria cancelar Hachi, Koi no Cupid e Iron Knight (Ou Soul Catcher) ao invés de Beelzebub, mas a realidade foi dura para os fãs dos mangás, que receberam a notícia a edição número 10 do ano que Beelzebub seria de fato terminado. Em compensação, na mesma edição tivemos a notícia das novas séries chegando que fez que tivéssemos uma das levas mais “hypadas” de toda a história da Weekly Shonen Jump.
Illegal Rare, mangá “dark” do criador de Nurarihyon no Mago, Hiroshi Shiibashi. iShoujo um ecchi romântico de Takayama Toshinori (Vongola GP), Tokyo Wonder Boys, mangá de futebol de uma dupla de novatos e por fim o mais “hypado” de todos, Stealth Symphony de Narita Ryougo (Durararara!!) e Amano Youchi (Akaboshi). Todo mundo acreditava no incrível potencial de todas as quatro novas estreias. Muitos consideravam já garantido o sucesso de “Stealth Symphony” pelo nome de Narita Ryougo.
Como sabemos, o “hype” é o mais inimigo das novas séries, e por incrível que pareça todos os novatos, sem exceção de nenhum foi mal. Stealth Symphony estreou no último lugar, surpreendendo todo mundo que acreditava fielmente no sucesso do mangá, Illegal Rare ficou com posições medianas, decepcionando novamente todos que acreditavam no mangá. E Tokyo Wonder Boys, que muitos hypavam por causa da sua “arte impecável” foi cancelado com apenas 10 capítulos, uma das séries que foram canceladas mais rapidamente em toda a história da Shonen Jump, o seu segundo capítulo foi tão mal avaliado que chegou a receber menos voto que a própria capa da revista, um desastre.
E no meio desse vendável de fracassos, Illegal Rare conseguiu se tornar o único sobrevivente desta nova leva que teve três claros fracassos, isso porque ao menos Illegal Rare conseguiu vender relativamente bem (35 mil unidades) e conseguia boas medíocres na classificação. iShoujo também foi relativamente bem recepcionado, por incrível que pareça era o mangá que tinha menos hype entre todos os novatos, para muitos leitores ocidentais, iShoujo de fato foi a melhor estréia desta leva. O mangá não conquistou o votos dos japoneses, mas ao mesmo conseguiu um ser transferido para a Jump Plus, onde vive até hoje.
No meio desse mar de desastres, o animo que já era baixo dos leitores, despencou, ninguém, mas ninguém mesmo acreditava mais no potencial dos novatos, ninguém achava que poderia vim um grande novato nas próximas levas, principalmente depois de uma série como Stealth Symphony fracassar. Para piorar foi lançado o J-Stars Victory VS que era um jogo muito esperado pelos fãs da revista e que ficou muito abaixo do esperado, tendo várias críticas negativas, tudo indicava que 2014 seria um dos piores anos da história da revista, tudo que a revista “tocava” fracassava.
Foi então, com o anime de Haikyuu!! que a situação começou a mudar, lançado no início de Abril, o tão esperado anime do nosso mangá de vôlei preferido foi lançado, a animação não só conseguiu agradar os leitores do mangá como conquistou vários novos leitores ao mangá, que teve uma explosão de popularidade, vendendo atualmente cerca de 700 mil cópias por volume. Mas as boas notícias só estavam começando, na edição #22-23 foi anunciado a tão esperada volta de Hunter x Hunter, deixando todos os leitores, sejam japoneses ou ocidentais, bem eufóricos.
Após a estreia de Haikyuu!!, muitos já começaram a cogitar o anime de Ansatsu Kyoushitsu e PSI Kusuo Saiki, enquanto outros estavam mais preocupados com a situação de Soul Catcher (S) que já estava bem complicada na revista, o mangá conseguiu completar na edição #24 incríveis 1 ano de vida, mas agora o mangá deveria enfrentar um novo desafio para conseguir sobreviver, conseguir convencer os editores que era mais vantajoso cancelar Illegal Rare, que havia um autor famoso por trás, que ele.
A situação para a Shonen Jump parecia começar a mudar, porém mesmo assim o pessoal não acreditava no potencial das novas séries. Foi nesse ânimo baixo que estreou um mangá praticamente solitário, Hinomaru Zumou na edição #26. Para o ocidente, o mangá foi ofuscado pela volta de Hunter x Hunter, além de não considerarem o tema muito atraente, já julgando o mangá como um grande fracasso. Isso aconteceu porque os leitores ocidentais não tem costume de analisar o 2ch, que sempre faço questão de trazer, pois no fórum japonês, o pessoal estava fazendo uma festa enorme com o primeiro capítulo de Hinomaru Zumou, considerando a série ótima. Para estrear Zumou e Hunter, quem dançou foi Iron Knight, a primeiríssima estreia do ano e Tokyo Wonder Boys, o maior fracasso do ano.
Enquanto Hinomaru Zumou ia cavando o seu lugar, o ocidente comemorava a volta de Hunter x Hunter e Illegal Rare combatia contra Soul Catcher (S) para ver quem sobreviveria (iShoujo e Stealth Symphony estavam na revista, mas eram considerados já “mortos”), uma estranha página colorida com grandiosa revelação para World Trigger foi anunciada na edição #26, a mesma que teve a estréia de Hinomaru Zumou. Todos acreditavam que seria somente um anuncio de OVA ou mesmo um spin-off, mas por incrível que pareça foi anunciado que seria um anime para World Trigger.
Todos ficaram surpresos por esse anúncio, pois o mangá havia pouco mais de 1 ano de vida e não tinha um rendimento tão bom assim na revista, outros mangás mais antigos e de maior sucesso não haviam ainda ganhado anime, como Ansatsu Kyoushitsu e Shokugeki no Souma. Com este anúncio, várias pessoas ficaram bem revoltadas com a Shonen Jump, por causa da revista priorizar o mangá, enquanto vários fãs de World Trigger ficaram extremamente preocupados, com o medo do anime ser feito nas pressas e não ter uma boa qualidade.
Mas esta raiva não durou muito, pois no aniversário de 2 anos de Ansatsu Kyoushitsu, na edição número #31 foi anunciado o tão esperado anime do mangá, que irá estrar em Janeiro de 2015, juntamente com este anuncio veio a notícia dos novatos, uma leva com três mangás que iria ter três Battle Shounens: Boku no Hero Academia, Mitsukubi Condor e Yoakemono. Esta edição histórica deveria ter somente notícias boas: Anime de Ansatsu Kyoushitsu, novas séries, uma bela página colorida para Shokugeki no Souma, um capítulo especial de Tokyo Ghoul, mas infelizmente uma notícia estragou toda a festa, na batalha pela sobrevivência entre Illegal Rare e Soul Catcher (S), os editores preferiram dar a vitória para Illegal Rare, transferindo Soul Catcher (S) para a revista bimestral, Jump NEXT!, a mesma que teve a continuação de Beelzebub. Quem dançou juntamente com Soul Catcher (S) foram Stealth Symphony e iShoujo.
Ainda de luto pelo fim de Soul Catcher (S), uma das séries mais queridas pelo público japonês que sobreviveu duramente por 1 ano, tivemos que enfrentar essa nova safra, começando por Boku no Hero Academia na edição #32, que tinha um autor relativamente conhecido como autor, mas mesmo assim o pessoal não colocava fé, por que esse mesmo autor, Kouhei Horikoshi já ter dois fracassos nas costas (Sensei no Bulge e Oumagadoki Doubutsuen) – Hinomaru Zumou da safra passada ainda não havia estreado no TOC, os japoneses já estavam amando a série, enquanto os ocidentais simplesmente ignoraram a sua existência.
Voltando para Boku no Hero Academia, seu primeiro capítulo foi bem recebido pelos japoneses, e novamente o ocidente não fazia a minima ideia, por não acompanharem o fórum japoneses, se baseando unicamente na percepção própria para julgar o futuro da série. Os americanos mal faziam ideia do sucesso que estava nascendo naquela edição, um dos mangás que tem tudo para se tornar o novo grande B-Shounen da Weekly Shonen Jump.
Foi a edição #33 que fez a cabeça de todos os americanos explodirem, era o momento da estréia de Hinomaru Zumou, muitos esperavam que o mangá estreasse no Bottom, sendo um claro fracasso, mas acredito que nem os próprios japoneses, que já haviam declarado que amaram o mangá, esperavam aquele resultado. Na edição #33, onde teve a estréia de Mitsukubi Condor, o mangá que o pessoal menos ligava da nova leva, Hinomaru Zumou conquistou o primeiro lugar na classificação, deixando todos de boca aberta, um record alcançado por apenas outros. Os americanos cairam matando sobre o mangá, não aceitando a possibilidade dele ser um sucesso, isso porque era um mangá de Sumô. Quando o mangá estreou, fiz um pequeno texto, que deixarei a vocês na área de comentários.
No meio dessas novas estreias, que encerraram com o polêmico e violento Yoakemono, um medo eminente alcançava os leitores de Kuroko no Basket, o mangá parecia que estava preste a ser encerrado, muitos não acreditavam nesta possibilidade, não conseguia ver a Shonen Jump terminando tão cedo um dos seus maiores sucesso, já outros viam que de fato Kuroko no Basket estava preste a terminar. Illegal Rare que havia sobrevivido e cancelado Soul Catcher (S), estava presta a ser encerrado e tinha tudo para dançar, confirmando que era bem mais vantajoso manter Soul Catcher (S) na revista. No mesmo tempo, víamos um pouco de desgaste com Toriko que não ia conquistando mais tão boas posições, também víamos em Gintama que continuava pegando ruins posições ao lado de Bleach que desde a edição #12, onde estreou iShoujo não conseguia sair do bottom, fazendo alguns cogitaram um possível cancelamento do mangá.
Foi somente na edição #39 que tivemos a notícia que de fato Kuroko no Basket ia acabar, o que deixou várias pessoas extremamente triste, era a segunda grande série após Beelzebub que ia embora na Weekly Shonen Jump. Outro mangá deveria dançar juntamente com Kuroko no Basket e todos acreditavam que seria Illegal Rare, como de fato foi. Na mesma edição tivemos mais uma pausa de Togashi que disse que ia voltar na edição #41. Na edição #40 tivemos a estreia de Boku no Hero Academia nas classificações e conseguiu um incrível quinto lugar, surpreendendo a grande maioria ocidental que não esperava que ele fosse bem, o mangá ao longo do ano se manteve bem forte, não saindo nunca do TOP 05, sendo assim a melhor estréia desde Ansatsu Kyoushitsu, lançado em meados de 2012, mas o que marcou mesmo a edição foi o triste final de Kuroko no Basket que ainda deixa um vazio no coração de muitos leitores.
Chegou finalmente a edição #41 que haveria a tão esperada estréia das novas séries, que eram compostas por Juudouzu, Hi-Fi Cluster e Sporting Salt, ninguém acreditava no potencial desta leva “estranha”, principalmente em Sporting Salt que havia tido um One Shot bem odiado pela grande esmagadora maioria leitora da Shonen Jump, não foi diferente, esta nova leva foi toda mal, tendo no máximo uma possibilidade de Juudouzu sobreviver, mesmo que o cancelamento deles será realizado somente em 2015, provavelmente no mês de fevereiro. Na mesma edição tivemos a confirmação que Hunter x Hunter entrou em hiatos por tempo indeterminado e o fim definitivo de Illegal Rare.
Após algumas semanas bem concorridas, onde vários mangás disputavam pelo TOP 05, a Shonen Jump começou a se acalmar, o monopolio das primeiras posições estava de volta a dupla Ansatsu Kyoushitsu e Onepiece. Na edição #44 tivemos uma capa especial para World Trigger, com a estréia do mangá nas televisões, a produção do anime foi conturbada e a Shonen Jump evitava dizer notícias sobre ela, além de demorar para liberar qualquer “trailer”, mesmo o estúdio responsável sendo o grandioso Toei. No final das contas o anime foi muito mal aceito, chovendo críticas negativas e assim fazendo que o mangá não tivesse nenhum boost em vendas, deixando-o em uma situação mais perigosa do que já estava, riscando um claro cancelamento no ano de 2015. Nesse fim de ano, o hype do anime de Nisekoi que teve no inicio do ano desapareceu e o mangá voltou a pegar posições ruins, já Haikyuu!! conseguiu manter seu hype bem vivo, principalmente por ter sido um anime de muito mais sucesso que Nisekoi (Haikyuu!! vendeu cerca de 25 mil cópias por volume, já Nisekoi vendeu somente 6 mil cópias).
Muitos começaram a suspeitar que também Naruto estivesse acabando, mas a maioria acreditava que o mangá ia durar até 2015, mas foi somente na edição #46 que foi confirmado que a série estava nos seus capítulos finais e seria encerrada já na edição #50 do mesmo ano, isso deixou vários fãs em depressão, pois sua série favorita estava preste acabar. Na edição #48, Hinomaru Zumou ganhou uma capa, confirmando o seu sucesso, mesmo que o objetivo da capa foi aumentar a publicidade do mangá, fazendo que seus volumes vendessem mais, o que aconteceu, mas mesmo assim os volumes individuais do mangá continuaram a não vender tanto quanto a Shonen Jump gostaria.
A verdadeira festa chegou na edição #49 quando o tão esperado anime de Shokugeki no Souma foi anunciado, fazendo que vários leitores comemorassem loucamente, de fato esta era uma das animações mais esperada por todos, já que Souma conseguiu conquistar muitos e muitos leitores por todo o mundo, o seu anime ainda não tem nada de lançamento, mas tudo indica que será em Abril ou Julho, nesta mesma edição tivemos o fim de Mitsukubi Condor que foi homenageado pela 2ch recebendo um primeiro lugar no melhor mangá da edição #49 na classifica deles. E por fim, chegou a edição #50 que teve como capa Ansatsu Kyoushitsu, porém o foco era mesmo o triste fim de Naruto, a Shonen Jump deu direito do mangá terminar com um capítulo totalmente colorida, Oda fez questão de homenagear o seu grande amigo, Masashi Kishimoto, que retribuiu com uma homenagem a Oda na sua última página. Yoakemono partiu de mãos dadas a Naruto.
E encerrando o ano tivemos a revelação de uma nova safra de novatos, composta por Takujou no Ageha, mangá de ping pong, E-Robot, mangá de ecchi e Gakkyuu Houtei mangá de advocacia e investigação. Takujou no Ageha e E-Robot ainda fazem parte do ano de 2014 e foram duas apostas muito ambiciosas da Weekly Shonen Jump, já Gakkyuu Houtei faz parte do ano 2015, pois foi lançado na primeira edição de 2015, assim não faz parte dessa retrospectiva, de qualquer modo os três mangás só saberemos a real recepção deles no ano de 2015.
2014 foi um ano de renascimento da Shonen Jump, tivemos vários “adeus”, vários fracassos, mas também tivemos um novo grande sucesso na área de Battle Shounen, um sucesso que a tanto tempo a Weekly SHonen Jump procurava, Boku no Hero Academia, e também tivemos um novo grande sucesso na área de esportes, Hinomaru Zumou, na mesma área tivemos a consagração de Haikyuu!! que conseguiu aumentar suas vendas enormemente depois do seu anime. 2014 foi um bom ano e espero que 2015 que seja muito melhor.